A participação brasileira na Beautyworld Middle East é destaque do Boletim da ANBA desta terça-feira (16). A feira internacional de produtos de beleza vai até esta quarta-feira (17) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A
Câmara de Comércio Árabe Brasileira é organizadora de um dos pavilhões nacionais na mostra.
Os brasileiros apresentam ampla gama de produtos, com destaque para os de tratamento capilar. A Cetec Inbraco, por exemplo, participa pela segunda vez do evento, onde está lançando quatro novos itens. O mercado árabe responde por 80% das exportações da companhia, dona da marca Anna Haven. A empresa produz também para marcas de terceiros e, neste caso, todos os 25 clientes são árabes.
Outra que tem grande participação no mercado árabe é a Vitta Gold. A região responde por 90% das exportações da companhia. “Há cinco anos exportamos para os países árabes”, disse Hiba Bachir, gerente de exportação, à enviada especial Thais Sousa. Leia a cobertura completa abaixo.
Confira também entrevistas com secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Al Hanafy, e com o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, sobre os acenos do governo do presidente Jair Bolsonaro Israel e os eventuais impactos desta política no comércio do Brasil com o mundo árabe. Bolsonaro participou de um jantar com diplomatas árabes e islâmicos na semana passada, após ter anunciado a abertura de um escritório em Jerusalém para promover negócios com Israel.
“Nós não queremos interferir na política externa brasileira, mas podemos aconselhar os brasileiros, pois conhecemos o mercado árabe, sabemos que os consumidores e empresários são muito sensíveis a este tipo de anúncio”, disse Hanafy. A União das Câmaras é a principal organização empresarial do mundo árabe.
“Eu falei no jantar que o Brasil deveria ficar longe deste conflito (entre Israel e Palestina), pois é um tema que está além do Brasil, é um tema internacional, de Direito Internacional, é um longo processo histórico, não é tema de um governo ou de outro”, acrescentou Alzeben, que é também decano do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil.
Tanto israelenses como palestinos reivindicam soberania sobre Jerusalém e o anúncio do escritório comercial foi mal recebido do lado árabe.