terça-feira, 3 de março de 2020

Posted: 02 Mar 2020 09:04 AM PST
Treinamento realizado pela Accor com refugiados em Boa Vista (RR). Foto: Exército Brasileiro
Treinamento realizado pela Accor com refugiados em Boa Vista (RR). Foto: Exército Brasileiro
Encontrar trabalho no país de acolhida é um desafio para refugiados, que fogem de seus lares com o objetivo de reconstruir suas vidas. Mesmo com experiência profissional, muitos não conseguem vagas em suas áreas e precisam procurar uma maneira de se reinserir no mercado de trabalho.
Falar outra língua e conhecer outras culturas é um grande diferencial para quem busca trabalhar no setor hoteleiro. Mas treinamento e capacitação também é essencial para que refugiados desempenhem bem a função. Nesse contexto, foi firmada parceira entre Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), e rede de hotéis Accor, na América do Sul.
A multinacional fechou recentemente um acordo para contratar, até 2021, 150 refugiados venezuelanos para trabalhar em hotéis operados pelo grupo em Argentina, Brasil, Chile e Colômbia. A iniciativa acontece em paralelo a outro projeto da Accor que oferece treinamento para pessoas refugiadas no Brasil, como ocorreu em Boa Vista (RR) em dezembro.
Com o tema “O Mundo da Hospitalidade”, o curso capacitou mais de 80 refugiados venezuelanos, que saíram dos dois dias intensivos de aula com um certificado em mãos para atuar no setor hoteleiro. O treinamento foi realizado na Universidade Federal de Roraima e contou com o apoio do ACNUR e da Operação Acolhida, a resposta humanitária do governo federal ao fluxo venezuelano.
No Novotel Itu Golf & Resort, no interior de São Paulo, 16 haitianos e refugiados da Venezuela trabalham no hotel como cozinheiros, cummins, recepcionistas, arrumadores e auxiliares de cozinha, limpeza, manutenção e eventos. Todos com treinamentos e integração em suas áreas.
“Pessoas refugiadas têm boa formação profissional e, graças ao conhecimento de idiomas e vivência em outras culturas, têm um grande potencial para trabalhar no setor hoteleiro e outros setores com exposição internacional”, explica Paulo Sérgio Almeida, oficial de meios de vida do ACNUR. “Isso foi constatado por pesquisa de avaliação dos mercados que mais poderiam ser beneficiados com a contratação de pessoas refugiadas realizada em 2019”.
A pesquisa, realizada pelo ACNUR em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta o setor de hotéis, bares e restaurantes como um dos com maior potencial de contratação de refugiados.
Outro exemplo é o Café Trampolim, localizado no hotel ibis budget São Paulo Paulista, que por meio de parcerias com ONGs especializadas há dois anos contrata refugiados. Atualmente, o restaurante tem um refugiado sírio e outro congolês como funcionários. No mesmo hotel, dois refugiados do Congo e dois da Venezuela atuam na recepção.
“Os refugiados, assim como qualquer pessoa, têm orgulho de ter um emprego. Eles sempre demonstram brilho nos olhos de poder trabalhar e serem valorizados. Estamos muito satisfeitos em assumir mais esse compromisso”, completa Fernando Viriato de Medeiros, SVP Talent & Culture Accor South America.

Grande acordo

O compromisso foi assumido como parte das iniciativas tomadas na Latin American Business Summit on Refugees, a Cúpula Empresarial sobre Refugiados na América Latina, que ocorreu na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. A Cúpula foi organizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a ONG Tent Partnership for Refugees.
Na ocasião, outras 20 empresas, entre elas Telefónica, Sodexo e Accenture, também assumiram o acordo, totalizando 4,5 mil novas vagas de empregos para pessoas em refúgio. Foi firmado igualmente o apoio a mais de 2 mil empresas de propriedade de refugiados, que devem gerar acesso a serviços para mais de 110 mil pessoas nas mesmas condições.
 
Posted: 02 Mar 2020 08:39 AM PST
Pessoas usam máscaras enquanto aguardam nos portões de chegada do Aeroporto Internacional Bao'an de Shenzhen, na China. Foto: ONU/Jing Zhang
Pessoas usam máscaras enquanto aguardam nos portões de chegada do Aeroporto Internacional Bao’an de Shenzhen, na China. Foto: ONU/Jing Zhang
Uma série de pesquisas científicas demonstrou que o uso de máscaras faciais durante surtos de doenças virais como a causada pelo coronavírus 2019 (COVID-19) só demonstrou ser eficaz para proteger os profissionais de saúde e reduzir o risco de pacientes doentes espalharem a doença.
Com base nessas evidências, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) recomenda o uso de máscaras faciais para:
• Pessoas que apresentam sintomas respiratórios, como tosse, espirros ou dificuldade em respirar, mesmo quando procuram atendimento médico, para proteger as pessoas ao seu redor.
• Pessoas (incluindo familiares) que prestam atendimento a pessoas com sintomas respiratórios.
• Profissionais de saúde, quando entram em uma sala com pacientes ou quando tratam um indivíduo com sintomas respiratórios e de acordo com o tipo de atendimento que será prestado.
Em nenhuma dessas circunstâncias, o uso somente de uma máscara facial não garante a proteção contra infecções e deve ser combinado com outras medidas de proteção pessoal, como higienizar as mãos, manter distância de pessoas com sintomas e praticar a etiqueta respiratória (ao tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um lenço — em seguida, jogar fora o lenço e higienizar as mãos).
“Nenhuma medida preventiva é 100% eficaz para prevenir infecções, mas praticar todas elas de maneira conjunta pode reduzir as chances de disseminação da infecção”, disse o vice-diretor da OPAS, Jarbas Barbosa.

Recomendações para o público em geral

Os estudos não demonstraram um benefício claro do uso de máscaras para pessoas saudáveis. Algumas pesquisas mostram que as pessoas podem ser infectadas tocando em uma máscara contaminada que estavam usando ou removendo-a incorretamente.
Em um surto como o COVID-19, as seguintes medidas podem ajudar as pessoas a reduzir suas chances de serem infectadas:
• Lave as mãos com frequência ou use um desinfetante para as mãos à base de álcool. Sempre lave com água e sabão quando as mãos estiverem visivelmente sujas.
• Evite tocar o nariz ou a boca, que são vias comuns de infecção.
• Evite multidões e limite suas visitas a espaços fechados com pessoas.
• Evite o aperto de mão e outras formas de contato físico.
• Mantenha uma distância de pelo menos um metro de qualquer pessoa que tenha sintomas respiratórios (por exemplo, tosse ou espirro).
Se a pessoa tiver sintomas como tosse, espirros ou dificuldade para respirar, as recomendações são:
• Usar uma máscara facial, se estiver infectada, para evitar a propagação da doença.
• Se não usar máscara, mas estiver tossindo e espirrando, é fundamental cobrir o nariz e a boca com o cotovelo dobrado ou com um lenço de papel – em seguida, jogar fora o lenço e higienizar as mãos.
“Este é um novo vírus”, disse Barbosa, referindo-se ao COVID-19, “então ainda estamos coletando informações sobre ele. Mas as evidências já disponíveis mostram que é semelhante o suficiente a outros vírus e estamos bastante confiantes de que essas recomendações são boas dicas para reduzir as chances de infecção”.
 
Posted: 02 Mar 2020 08:25 AM PST
Sede da UNESCO em Paris. Foto: UNESCO
Sede da UNESCO em Paris. Foto: UNESCO
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) condenou na semana passada (27) o assassinato do jornalista brasileiro Lourenço Léo Veras, morto em 12 de fevereiro na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, onde trabalhava perto da fronteira com o Brasil.
Lourenço Veras dirigia o site Porã News e atuava como correspondente para vários veículos de mídia brasileiros. Ele foi assassinado a tiros, dentro de casa, por homens armados e mascarados.
Segundo a imprensa local, os assassinos invadiram a casa do jornalista na hora do jantar, quando Veras estava acompanhado da esposa, do filho e de outros membros da família.
No ano passado, o jornalista participou de uma entrevista de TV e chegou a relatar que estava recebendo ameaças de morte. A Comissão de Proteção dos Jornalistas afirmou que a fronteira do Brasil com o Paraguai é uma das mais perigosas do mundo para profissionais da imprensa.
Em nota, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, disse que os autores do crime precisam ser levados à Justiça e punidos. Ela acrescentou que a proteção dos jornalistas é fundamental para a defesa da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão.
Numa nota separada, Azoulay condenou o assassinato do jornalista somali Abduwali Ali Hassan na cidade de Afgoye, na região de Lower Shabelle, na Somália. Ali Hassan trabalhava como freelancer para a rádio Kulmiye, em Mogadíscio, e para a TV Universal, com sede em Londres, no Reino Unido. Ele foi atacado por homens armados em 16 de fevereiro e morreu a caminho do hospital.

Medo e democracia

A chefe da UNESCO pediu às autoridades somalis que protejam melhor os jornalistas. E afirmou que ataques à imprensa geram um clima de medo além de enfraquecer a democracia. Para ela, é fundamental que as autoridades do país investiguem o assassinato e punam os culpados.
Em comunicado emitido na semana passada, Azoulay também condenou o assassinato de uma radialista no México. Teresa Aracely Alcocer, de Ciudad Juárez, comandava um programa semanal sobre astrologia na rádio La Poderosa. Ela foi morta por atiradores não identificados em 19 de fevereiro. Conhecida como “Bárbara Greco” pelo público, a radialista foi alvejada em um cruzamento da cidade, que fica no estado mexicano de Chihuahua.
A chefe da UNESCO disse que os crimes contra jornalistas e trabalhadores da mídia representam um ataque ao direito fundamental da liberdade de expressão e não podem ficar impunes.
Ainda na semana passada, a UNESCO emitiu uma nota condenando o assassinato do jornalista Aziz Memon. Ele foi encontrado morto na cidade de Mehrabpur, na província de Sindh, no sul do Paquistão, em 16 de fevereiro. O repórter da Kawish Television Network, KTN, chegou a reportar ameaças de morte.
 
Posted: 02 Mar 2020 07:27 AM PST
Um visitante usa máscara no Museu Nacional de Tóquio, no Japão. O Japão registrou 946 casos, incluindo passageiros do navio Diamond Princess Cruise em 29 de fevereiro. Foto: Unsplash/Lucrezia Carnelos
Um visitante usa máscara no Museu Nacional de Tóquio, no Japão. O Japão registrou 946 casos, incluindo passageiros do navio Diamond Princess Cruise em 29 de fevereiro. Foto: Unsplash/Lucrezia Carnelos
O chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, liberou neste domingo (1) 15 milhões de dólares do Fundo Central de Resposta de Emergência (CERF) para ajudar a financiar esforços globais para conter o vírus Covid-19.
O anúncio foi feito quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o risco global do surto de coronavírus para “muito alto” – nível mais elevado de avaliação de risco. A OMS disse que ainda há uma chance de conter o vírus se sua cadeia de transmissão for quebrada.
Os aumentos repentinos de casos na Itália, no Irã e na Coreia do Sul são profundamente preocupantes. Atualmente, existem casos ligados ao Irã no Bahrein, Iraque, Kuwait e Omã, além de casos relacionados à Itália na Alemanha, Argélia, Áustria, Croácia, Espanha e Suíça.
O financiamento da ONU foi liberado para a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Financiará atividades essenciais, incluindo monitoramento da propagação do vírus, investigação de casos e operação de laboratórios nacionais.
A OMS pediu 675 milhões de dólares para financiar a luta contra o coronavírus. Existe uma janela de oportunidade para conter a propagação se os países adotarem medidas robustas para detectar casos precocemente, isolar e cuidar de pacientes e rastrear contatos.
O coordenador de Assistência de Emergência e subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, disse: “Ainda não vemos evidências de que o vírus esteja se espalhando livremente. Desde que seja esse o caso, ainda temos a chance de contê-lo. Devemos agir agora para impedir que esse vírus ponha mais vidas em risco”.
“Esta doação do Fundo de Emergência da ONU ajudará países com sistemas de saúde frágeis a impulsionar suas operações de detecção e resposta. Tem o potencial de salvar a vida de milhões de pessoas vulneráveis”, completou Lowcock.
Este é um momento crítico no surto. O foco está em conter o Covid-19, fortalecendo a vigilância, conduzindo investigações completas de surtos para identificar contatos e aplicando medidas apropriadas para evitar a disseminação.
“A potencial propagação do vírus para países com sistemas de saúde mais fracos é uma das nossas maiores preocupações. Esses fundos ajudarão a apoiar esses países a que estejam prontos para detectar e isolar casos, proteger seus profissionais de saúde e tratar pacientes com dignidade e cuidados adequados. Isso nos ajudará a salvar vidas e afastar o vírus”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
O UNICEF está liderando ações preventivas nas comunidades dos países afetados com comunicação de risco, fornecendo kits médicos e de higiene para escolas e clínicas de saúde e monitorando o impacto do surto para apoiar a continuidade dos cuidados, educação e serviços sociais.
“Neste momento crítico, todos os esforços devem ser feitos para combater o surto”, disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore. “Esses fundos cruciais apoiarão nossos esforços globais para reforçar os sistemas de saúde mais fracos e informar crianças, mulheres grávidas e famílias sobre como se proteger”.
Desde que foi lançado em 2006, o CERF já forneceu mais de 6 bilhões de dólares para mais de 100 países e ajudou centenas de milhões de pessoas.
 

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